Bolsonaro sonha com posse de Trump, que se encontra é com Milei
Desde a vitória eleitoral do republicano Donald Trump, uma euforia desmedida tomou conta do clã Bolsonaro e aparentados
Desde a vitória eleitoral do republicano Donald Trump, uma euforia desmedida tomou conta do clã Bolsonaro e aparentados. Já se falou que seria possível desde a troca de um simples aperto de mão, até a amalucada informação de que o americano convidaria o ex-presidente Jair Bolsonaro para participar da posse em Washington, no dia 20 de janeiro, ou em inglês, “Inauguration Day” – impossível por que não é uma solenidade que admite convidados estrangeiros. E ainda que o cerimonial permitisse, o ex-presidente está impedido de sair do país e inelegível até 2030.
Entretanto, antes dessa decepção por não poder acompanhar a posse “bem de pertinho”, Bolsonaro terá outra amargura bem maior, dessas de levar às lágrimas. Nestas quinta e sexta-feira, o presidente argentino Javier Milei será recebido por Trump, em sua mansão em Mar-a-Lago, onde será realizada a Conferência Política de Ação Conservadora (Cpac), na Flórida. E, mais, Milei será um dos oradores (o único da América Latina) a falar ao lado de Trump, do vice-presidente eleito, J.D. Vance e do provável secretário de Estado Americano, Ric Grenell.
Mas o golpe ainda poderá ser mais duro, segundo a imprensa internacional. O libertário Milei se reunirá separadamente com Elon Musk (SpaceX, Tesla e a rede social X), um encontro que vem sendo articulado pela irmã do presidente argentino, Karina, a quem ele chama de “El Jefe”.
Também de acordo com analistas internacionais, Milei tem se colocado diante de seus pares no continente como o interlocutor preferencial de Trump, tentando desbancar o vizinho. Mais um desgosto para o ex-presidente. E buscará reluzir essa suposta preferência na paradisíaca Mar-a-Lago, um dos pontos mais bonitos em Palm Beach, na Flórida, frequentado por muito ricos e muito famosos.
Porém, o que transparece das declarações e até dos gestos de muitos dos assessores, parentes e amigos de Bolsonaro, além do próprio, é que eles faltaram às aulas de política externa. Existe entre as nações aquilo que é chamado de “diplomacia presidencial”. Isto é, as relações entre países que são fortalecidas pelas afinidades entre os chefes de Estado e de Governo. Nos anos mais recentes, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi um mestre nesse método de “encanto”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi outro. O petista chegou a ser chamado de “o cara” pelo americano Barack Obama e FHC foi recebido em Camp David (privilégio para poucos) pelo então presidente George W.Bush.
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