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Mata de São João,23/11/2024

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Novembro Negro: Ex-técnico do Bahia celebra "experiência memorável" quando esteve no Esquadrão

Valorizando o resgate da ancestralidade, ex-técnico do Bahia destaca luta contra o racismo quando morou em Salvador

Fonte: Bnews
Novembro Negro: Ex-técnico do Bahia celebra Foto: Reprodução / Bnews / Felipe Oliveira/EC Bahia
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Pela primeira vez na história do Brasil, o Dia da Consciência Negra se tornou feriado nacional a partir deste ano. O Bahia celebrou esse marco importante com o lançamento da camisa “Made In Candyall”, homenageando a vida e a arte do baiano Carlinhos Brown.

Já o atual técnico do InternacionalRoger Machado, publicou um texto no site The Players Tribune Brasil, destacando sua luta no combate ao racismo no futebol, quando foi treinador do Esquadrão de Aço. O profissional esteve no clube baiano entre as temporadas 2019 e 2020.

O futebol também me abriu muitas janelas. Talvez a mais representativa delas, contribuindo para que eu me enxergasse de forma completamente diferente, é a do Bahia. Ou melhor, da Bahia. Ter morado por 18 meses em Salvador foi uma experiência memorável. Não só por ter trabalhado num clube onde eu me senti encorajado e empoderado para falar sobre valores sociais que compartilhamos, mas por ter sido o lugar onde resgatei minha ancestralidade”, inicia Roger.



À frente do comando técnico do Bahia, Roger Machado representou diversas ações afirmativas promovidas pelo clube, na época. Além disso, o técnico recebeu a Medalha Zumbí dos Palmares - comenda dedicada a pessoas físicas ou jurídicas que se destacaram no combate à discriminação ou preconceito racial – em dezembro de 2019.

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Mas em Salvador isso é normal. Tu olha pro lado, vê um homem negro num carro importado e passa a imaginar que ele pode ser um advogado, um engenheiro ou um empresário, e não um motorista, um jogador de futebol ou um pagodeiro. Tu desconstrói teus preconceitos, porque tu começa a te enxergar no rosto dos outros. Automaticamente, tu revigora tua autoestima. Eu me senti como parte do normal na Bahia”, afirma o treinador.

Foto: Reprodução / Bnews / Felipe Oliveira/EC Bahia

E completa: “A tal ponto de tomar a iniciativa de fazer o teste de DNA para tentar me descobrir mais a fundo, descobrir a minha identidade. E aí eu tive uma revelação surpreendente. 25% mesoamericano e andino. 22% queniano. 19% nigeriano. 18% italiano!”, destaca.


Muitas ações afirmativas que contaram com Roger Machado como personagem principal na luta contra o racismo no futebol, teve a parceria do Observatório Racial no Futebol. Desde 2014, o observatório monitora os casos de racismo no futebol brasileiro e mundial.


Foto: Reprodução / Bnews / Felipe Oliveira/EC Bahia

O restante é uma mistura de seis grupos étnicos distintos. A partir do momento que tu conhece tuas origens e se vê representado na televisão, nos jornais e nos livros, teu entendimento sobre a vida ganha outra dimensão.

Desde criança, eu fui ensinado a pensar que a história negra começou nos navios que traziam indivíduos escravizados. A escola não mostrava meu povo como protagonista da formação do Brasil. Pelos ensinamentos que aprendi, eu hoje deveria achar normal que no shopping perguntem à minha parceira Camile, que é branca, se uma das nossas filhas, que puxou a minha cor e o meu cabelo, é adotada.

As janelas que o futebol — e os livros — me abriram mostram que não, isso não deve ser aceito como parte do normal. Nossa história não se resume à escravidão nem ao racismo.”

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